quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
O vacilo do líder
Se existe um grupo de pessoas que dá vacilo é o dos lideres. Seja ele pastor, bispo, presbítero, líder de célula ou de ministério, de pequeno grupo ou de estudo bíblico. Mas que tipo de vacilo é esse? O vacilo do líder é achar que os erros ou as lutas estão muito longe de acontecer com ele, sendo que, na verdade, o líder não pode se esquecer de que ele é ser humano como qualquer outro.
Você tem noção de quantos líderes já caíram em pecado? Normalmente a liderança não assume suas dificuldades, lutas, tentações. Quantas vezes nos colocamos acima do bem e do mal, agindo como se nunca tivéssemos pecado. Quantas vezes não reconhecemos os nossos erros de comportamento com o próximo? Muitos enfrentam grandes problemas familiares, mas raramente buscam ajuda de alguém.
Infelizmente isso é muito comum na liderança porque muitos se escondem, a “sete chaves”, os seus problemas com a justificativa de não expor demais a família, os amigos, colegas de ministério e liderados. Não querem encarar a realidade e fingem que está tudo bem. Não estou defendendo que um líder deve se expor para todos, apresentando os seus problemas familiares, espirituais etc., mas eles também precisam de ajuda e auxílio, como qualquer outra pessoa.
Também existem aqueles líderes que se fecham no seu mundinho e nos seus problemas. Isso acontece porque alguns defendem os seguintes argumentos: “Não existe ninguém em quem confio”; “As pessoas vão se escandalizar”; “Resolvo meus problemas e tentações sozinho”; “O que estou passando não é tão grave”. Chegam a dizer que um dia confiaram em alguém, mas se decepcionaram.
Tais justificativas podem ser reais, e digo isso por experiência própria. Já pensei e agi assim em algumas situações, durante muito tempo. Reconheço que, para um líder, não é fácil buscar ajuda e até mesmo confessar as suas falhas para Deus, pedir ajuda para os amigos, se abrir com o seu discipulador e em determinadas situações reconhecer as suas falhas para seus liderados.
Precisamos reconhecer que damos “vacilos” e que, por causa do orgulho, nos isolamos. Agimos assim e com isso enfrentamos tudo sozinhos, como se não precisássemos nem da ajuda de Deus nem do nosso próximo. Enfrentamos tentações e problemas e, mesmo sabendo que estamos errados, fingimos que não estamos. Somos assim porque não gostamos de expor o nosso erro, não conseguimos lidar com a falha. O líder que nunca agiu assim, que “atire a primeira pedra”.
Outro fato constatado é o de passarmos para os nossos liderados e amigos uma imagem de que somos “perfeitos”. Como consequência disso, perdemos a liberdade que Cristo nos dá de sermos sinceros uns com os outros e de assumirmos as nossas dificuldades com o próximo. Transformamos a igreja em um lugar de acusação, em vez de acolhimento e ajuda para aqueles que querem ser restaurados, e isso inclui também os líderes.
Percebi que, além de reconhecer nossos erros, se torna necessário observar como os líderes do Velho e Novo Testamento, e também aqueles que marcaram a história, lidavam com seus problemas, tentações e pecados. Observando-os, cheguei às seguintes conclusões: assumir os problemas e as tentações da vida nos faz ser mais humanos, mais próximos das pessoas, nos livra do pecado e até mesmo do escândalo. Descobri que esconder as nossas dificuldades não nos beneficia em nada, mas nos impede de crescer e aprender algo novo até mesmo com os erros cometidos. Vi que todos nós somos pecadores por natureza. Por isso estamos tão vulneráveis ao pecado como qualquer pecador. Reconhecer as falhas traz cura para o nosso coração (Tiago). Notei que assim como as pessoas, o líder também enfrenta tentações, lutas e problemas, pois ele é ser - humano como qualquer outro.
Deus nos alcançou como filhos. Antes de ocuparmos qualquer cargo na igreja, temos uma posição diante Dele. Somos seus filhos amados, os quais Ele reconhece e trata como seus. E disso não podemos nos esquecer jamais, caso desejemos ser aprovados por Ele como líderes.
::Pr. Bruno Bacelar Dias
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